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A maior verdade que você vai ler sobre o documentário "Em busca da Cerveja Perfeita"




Um assunto muito comentado das últimas semanas no "universo" cervejeiro foi o lançamento do documentário "Em busca da Cerveja Perfeita" produzido pelo cineasta Heitor Dhalia e patrocinado pela Ambev.


Vários jornais, blogues e outros meios de comunicação publicaram sobre o lançamento do filme. A grande maioria apenas copiou o release enviado pela assessoria de imprensa, a única crítica realmente relevante que li foi a escrita pela jornalista Heloísa Lupinacci para a sua coluna sobre cerveja "Só de Birra" que é publicada no caderno Paladar do jornal Estadão.


Não possuo melhores palavras do que a Helô para resumidamente expressar a minha opinião sobre o filme: "O filme é muito bem feito, muito bonito, mas o clima é de propaganda." Vale mesmo pagar para ver uma propaganda patrocinada pela maior conglomerado cervejeiro do mundo? E ainda acompanhando o raciocínio dela eu também te indico a pegar o seu dinheiro e ir comprar uma cerveja... de preferencia uma produzida por uma cervejaria artesanal e independente que não tem 70% de market share no mercado (leia-se monopólio) e infelizmente não tem o mesmo incentivo fiscal que tem a empresa que emprega muito menos funcionários por litro e claro... os $$$$ para produzir uma bela propaganda para o cinema!



Leia abaixo na íntegra o texto escrito pela Helô e publicado no dia 17/7/2019 no Estadão:


Ambev lança documentário sobre cerveja

Com direção de Heitor Dhalia, 'Em busca da cerveja perfeita' quer explicar o universo cervejeiro para bebedores iniciantes. Mas tem clima de propaganda.



Estreia amanhã em 8 salas de cinema o documentário "Em Busca da Cerveja Perfeita", dirigido por Heitor Dhalia e patrocinado pela Ambev.

Em 61 minutos, o filme explica os ingredientes da cerveja (malte, lúpulo, água e levedura) e as escolas cervejeiras (alemã, belga, inglesa e americana) para terminar contemplando uma possível escola brasileira.

"A ideia do filme é traduzir esse universo para o cara que ouviu o galo cantar e nem sabe onde", definiu Dhalia. Está claro que ele é pensado para os bebedores que estão começando a se interessar pela cultura cervejeira – bem introdutório, sem grandes descobertas para quem já conhece um pouco os insumos e as famílias cervejeiras. De cara, fica a pergunta: a produção viajou pelo Brasil e foi à Alemanha e à Bélgica. Por que não foi para os Estados Unidos? "Faltou Inglaterra e Estados Unidos", explicou o diretor, colocando a ausência na conta do prazo e do orçamento (o filme foi produzido em um ano, entre a conversa inicial e a exibição de ontem, com 2 meses de gravação em 14 diárias de filmagem). Faltou mesmo.

Com 26 entrevistados, apenas seis não são da "companhia", como os funcionários da empresa se referem a ela. Tem um lado interessante: o de conhecer um pouco o universo da Ambev – das áreas que cuidam dos ingredientes, como o banco de levedura, aos líderes de marcas e cultura cervejeira. Entre os que não trabalham lá, estão os sommeliers Cilene Saorin, Kathia Zanatta e Luiz Celso Junior. É perfeitamente compreensível que um filme patrocinado pela Ambev seja sobre a Ambev. Mas é aí fica uma falha: se o objetivo era apresentar o universo cervejeiro, ele não cumpre. O que o filme apresenta é o universo cervejeiro da Ambev. Não faz muito sentido pagar os R$ 15 do ingresso do cinema (para comprar: embuscadacervejaperfeita.com.br/ingressos). O filme é muito bem feito, muito bonito, mas o clima é de propaganda. Parece o vídeo que você assiste antes de entrar em uma visita guiada (o da fábrica da Coca-Cola em Atlanta, por exemplo, é incrível).

Minha sugestão: gaste os R$ 15 tomando uma Jever (pilsner alemã, R$ 15 no clubedomalte.com.br) ou uma Hoegaarden (wit belga, R$ 10, na Casa Santa Luzia) ou passe no EAP para comprar uma London Pride na torneira (english bitter, R$ 14, 250 ml) e guarde o troco.

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